Como analisar a viabilidade financeira de uma franquia de crédito?
Empreender requer muito planejamento e investimentos de tempo e dinheiro. A análise da viabilidade financeira é fundamental para quem deseja investir em uma franquia de crédito, pois com esta é possível avaliar se a abertura do negócio é viável ou não, dado o investimento necessário e as previsões de retorno.
Além disso, a análise da viabilidade financeira permite ter uma visão mais clara do futuro do empreendimento, já que possibilita a projeção de diversas estimativas que influenciarão na decisão de compra da franquia, como o capital de giro necessário, a média de receita bruta mensal e quando serão o break-even e o payback do negócio.
Dessa forma, o empreendedor tem acesso aos custos reais daquele investimento, de modo que possa evitar despesas inesperadas, prejuízos ou até o fechamento precoce do negócio. As empresas costumam trabalhar com essas estimativas bem definidas e repassá-las aos candidatos, mas é importante adaptá-las a sua realidade, considerando as despesas relativas ao seu ponto comercial, como aluguel e contas de consumo, investimentos em ações de marketing, as taxas que a empresa pode cobrar, entre outros fatores.
Também é importante ressaltar que, ao abrir uma franquia de crédito, o franqueado lida com fluxo de caixa constante, pois ele receberá um percentual de comissão dos bancos a cada aprovação de contrato. Essas comissões possuem valor variável de acordo com a instituição contratada e o serviço vendido. Assim, é necessário manter um controle financeiro diário. Se você não tem experiência com modelos e planilhas financeiras, vale contratar um contador para te auxiliar.
Como fazer a análise de viabilidade financeira de uma franquia de crédito
Se você ainda não sabe por onde começar, listamos todas as informações imprescindíveis na elaboração da sua análise de viabilidade financeira. Esse estudo deve incluir uma análise de mercado, o investimento inicial, a projeção do fluxo de caixa e mais alguns indicadores. Confira!
1. Estude o mercado e a COF
Um dos primeiros documentos que você recebe durante a negociação com uma empresa é a Circular de Oferta de Franquia (COF), em que constam todas as informações sobre o negócio e sobre o mercado em que ele está inserido, incluindo os valores do investimento e as previsões de rentabilidade. Esses dados serão um facilitador de extrema valia para utilizar na sua análise.
2. Projeção de custos, despesas e investimento
O investimento inicial de uma franquia de crédito costuma ser dividido em três partes: reforma e padronização do ponto comercial, capital de giro e taxa de franquia. Todos esses valores são variáveis e, por isso, você deve entender como eles serão aplicados.
A reforma e padronização incluem as despesas com mobília, equipamentos, pintura e fachada que antecedem a inauguração da loja. Todos esses itens podem ser encontrados com valores mais amigáveis, por isso, é importante pesquisar bem os fornecedores. Algumas franqueadoras indicam empresas de confiança para auxiliar o franqueado nessa parte do processo.
Já o capital de giro será o valor necessário para manter a operação até que a loja atinja o break-even e comece a se pagar. Aqui estão incluídos o aluguel do imóvel, as folhas de pagamento, as contas de luz, água e internet, investimento em mídias e quaisquer despesas inesperadas que possam surgir. Lembre-se que é importante sempre ter uma folga nesse valor, caso se faça necessário.
A taxa de franquia dependerá do número de habitantes da cidade em que você deseja instalar a sua franquia de crédito. Quanto maior a cidade, maior será a taxa. Também é importante verificar quais outras taxas a empresa escolhida cobra de seus franqueados periodicamente. Não há uma regra para a cobrança dessas taxas, que ficam à critério da franqueadora.
3. Projeção de receitas
Antes de calcular o fluxo de caixa, é necessário estimar as receitas esperadas para um determinado período a partir do início do projeto, podendo ser dois, três ou cinco anos, por exemplo. Nessa projeção deve-se considerar o mercado e os investimentos que serão realizados, além do faturamento esperado e a expectativa de crescimento da empresa dentro daquela margem de tempo.
4. Projeção do fluxo de caixa
A projeção do fluxo de caixa é imprescindível para garantir que você tenha controle do que entre e sai do caixa da sua loja, evitando que você fique sem capital para o pagamento das despesas de operação. Esse dado é calculado pela diferença entre a projeção de receitas e a projeção de custos. A partir desses dados, é necessário fazer três cálculos: para cenários otimista, neutro e pessimista. Dada a diferença entre os valores, você é capaz de ter uma visão mais realista da proposta.
5. Análise dos indicadores
Somente as projeções não são suficientes para indicar a viabilidade financeira do novo negócio, afinal de contas, são os indicadores que determinarão se o projeto está condizente com as expectativas do empreendedor. Alguns deles costumam ser passados pela própria empresa, levando em conta a experiência dos demais franqueados e o suporte oferecido.
Break-even
Também chamado de ponto de equilíbrio, indica quando a receita gerada alcançará o valor necessário para cobrir as despesas da franquia de crédito. O break-even é justamente o ponto de equilíbrio entre a receita e a despesa: é o momento em que a loja ainda não gera lucros, mas se paga sozinha.
Payback:
O payback é o prazo de retorno do investimento. Esse prazo é o tempo que levará para o empreendedor recuperar o capital investido.
Taxa Mínima de Atratividade (TMA):
A Taxa Mínima de Atratividade é a rentabilidade mínima que o investidor precisa obter para o empreendimento ser considerado atrativo, considerando os riscos de mercado.
Valor Presente Líquido (VPL):
O VPL é um indicador que projeta todos os fluxos de caixa para um determinado período e desconta a Taxa Mínima de Atratividade desses valores. Assim, o investidor é capaz de saber que, ao investir nesse negócio hoje, em X anos ele terá certo valor de retorno.
Taxa Interna de Retorno (TIR):
Esse indicador demonstra a rentabilidade do negócio. Para que o empreendimento seja considerado viável, a TIR deve ser maior ou igual à TMA, o que significa que o retorno do investimento é maior ou igual ao mínimo esperado.
Com base nesses levantamentos, temos uma ideia da real viabilidade de arcar com os custos de abrir uma franquia de crédito e, principalmente, se ela condiz com o esperado pelo empreendedor no que cerne ao retorno financeiro do negócio. A análise da viabilidade financeira irá ajudar a tornar o processo de aquisição da franquia mais tranquilo, com menores riscos para o negócio e estimativas tangíveis de rentabilidade.
Para tornar o processo ainda mais fácil, aprenda como abrir uma franquia financeira em 7 passos!
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